A Santa Casa de Jaú mais uma vez foi o tema dominante na sessão da Câmara de Jaú. Ontem, por mais de hora os vereadores discutiram um requerimento do vereador Tito Coló Neto (PSDB) que pede informações sobre o atendimento no hospital. No final da semana passada, após audiência no Fórum local, entre Prefeitura e Santa Casa, foi estabelecido que o município irá reabrir o Pronto Socorro Municipal e que a partir de 1º de julho deste ano o hospital só atenderá os casos de média e de alta complexidade mediante convênio com o Estado e não mais com a Prefeitura.
Tito Coló questiona em seu requerimento as cirurgias eletivas especialmente, que deixaram de ser realizadas após o fim do convênio no governo passado. Quer saber sobre os números do atendimento atual, quais procedimentos são encaminhados para Bauru, quais as cidades que fazem repasse de verba para o hospital, dentre outros temas. O vereador tucano manifestou-se favorável à reabertura do Pronto Socorro Municipal. “Torço para que o prefeito acerte com a volta do pronto socorro”, destacou.
O líder do PMDB, vereador Fernando Frederico de Almeida Junior, destacou que a questão da saúde não deve ser política, mas gerencial. “Enquanto tratarmos com algo político não vai funcionar. O pronto socorro municipal vai voltar a terá a retaguarda da Santa Casa. O atendimento vai ser descentralizado com o correto funcionamento da rede básica”, falou.
Para o vereador José Aparecido Segura Ruiz (PTB), médico na Santa Casa, o prefeito Rafael Agostini e o secretário de Saúde, Gilson Scatimburgo, “estão muito mal assessorados em questão de saúde e não sabem o que pronto socorro”. Para Segura, aumentando o repasse em R$ 200 mil para a Santa Casa, que vem sendo de R$ 640 mil mensais e o hospital pediu R$ 850,00 por mês, “a Prefeitura iria tirar a bunda da seringa e empurrar para a Santa Casa o atendimento, ficando só com o discurso de que manda o dinheiro”, disse.
Ainda, conforme Segura, o prefeito e a população de Jaú “vão passar por extrema dificuldade com a criação de um pronto socorro pelo município. A retaguarda é complicada mesmo na Santa Casa onde trabalham dezenas de médicos 24 horas por dia. Só um pronto-atendimento ali ao lado da Santa Casa, no prédio da praça do parquinho, é que irá funcionar. Se chega no pronto-atendimento e é caso gravem atravessa a rua e está na Santa Casa. Se chega na Santa Casa e não é caso grave, atravessa a rua e está no pronto-atendimento”.
O líder do PT na Câmara, vereador Lucas Flores, defendeu que repassar dinheiro para a Santa Casa não resolve. “Isso já foi feito em outras administrações. Nós fomos eleitos para mudar.É preciso fortalecer a rede básica, que está mais próxima das pessoas. Pelos votos do prefeito Rafael Agostini e dos demais candidatos, 83% da população rejeitou o jeito de administrar do governo passado. O fechamento do pronto socorro municipal causou a maior crise na saúde na história de Jaú.O prefeito Agostini resolveu colocar um gestor na saúde porque os médicos que por ali passaram não resolveram”, disse Flores.
O vereador Carlos Lampião Magon (PV) estabeleceu uma comparação com as administrações passadas. “No governo anterior, que o prefeito é médico, achei que tinha acertado, mas piorou. E no governo do João (João Sanzovo Neto, do PSDB) estava boa a saúde? É que todos os que estavam na administração dele na saúde agora estão no governo atual. Rafael, acerta a saúde!”, apelou Lampião.
O líder do prefeito na Câmara, Charles Sartori (PMDB) tentou colocar na legislatura passada a culpa pelo fechamento do pronto socorro municipal em 2011. “O prefeito fechou e a Câmara não teve força para impedir”. O vereador reeleito Ronaldo Formigão, do DEM, reagiu de pronto: “Vamos parar com ataques pessoais. A Câmara não foi consultada sobre o fechamento do pronto socorrro no São Judas. E quando soubemos, todos os que estavam aqui na legislatura passada foram contrários”, disse. Formigão coloca em dúvida se o prédio do ex-hospital São Judas Tadeu tem condições de voltar a abrigar o pronto socorro municipal. “O prédio tem condições sanitárias? Quanto vai ser gasto para deixa-lo em ordem?”, colocou.
Paulo Gambarini (PSDB) mostrou-se temeroso quanto a perda do pronto socorro da Santa Casa. “O momento é delicado. Perder a Santa Casa hoje considero perigoso para a população. É um prazo muito curto para o município assumir tudo”, observou.
Toda a discussão foi para que o requerimento do vereador Tito Coló fosse votado e, ao final, foi aprovado por unanimidade.
Fonte:http://www.jaunews.net/noticias/Politica/1352/Reabertura-do-PS-Municipal-gera-polemica-na-Camara.html
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